domingo, 17 de março de 2013

NO RECIFE, CAMPOS RENOVA CRÍTICAS A DILMA



 Típico de quem quer ser candidato a presidente da República, mas faz parte da base do governo, Eduardo Campos voltou a fazer críticas à presidente Dilma Rousseff neste domingo, para em seguida amenizar as declarações. Na praia de Boa Viagem, no Recife, o governador de Pernambuco voltou a dizer que é possível fazer "muito mais" pelo País, mas negou que isso seja uma crítica.

"Todos nós gostaríamos de fazer muito mais, em todas as áreas. Com o espírito público que a presidente Dilma tem, com certeza ela também gostaria de fazer muito mais, porque a cidadania quer mais", afirmou. A presença em seu próprio território acontece depois de o presidente do PSB ter circulado por São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro nos últimos dias.

A declaração de que "dá pra fazer muito mais" pelo País já havia sido feita a cerca de 60 empresários num jantar organizado por Flávio Rocha, dono da Riachuelo, na última quinta-feira 14. Na ocasião, Campos também sinalizou confiança numa eventual vitória, fez críticas à Petrobras, como vem fazendo a oposição, e anunciou o que será o tom de seu discurso no próximo ano: "continuidade, mas com liderança renovada".
Campos também disse que falta vontade política para fazer a reforma tributária. "Os impostos estão matando a geração de emprego, estão matando muita média empresa brasileira e tem debate sobre isso em toda categoria, tem acúmulo de conhecimento sobre isso, falta é uma decisão política para fazer, o que faltou nesses últimos 20 anos", afirmou. O governador também garantiu que sua agenda tem sido a mesma de anos anteriores. "Tenho feito o que sempre fiz", declarou.

Sobre as recentes desonerações feitas pelo governado federal, como recentemente aos produtos da cesta básica, e antes a setores da indústria, o socialista afirmou que essas ações não bastam para resolver os problemas brasileiros. "Ultimamente, estamos fazendo desonerações tributárias muito pontuais, para setores, que é importante para aquele setor, mas acho que os efeitos dessa desoneração sobre a economia já demonstraram que eles, a cada dia que passa, são mais limitados. É como se você já tivesse acostumado o organismo com determinado tipo de medicamento e determinada dose", avaliou.

Apesar de não se lançar oficialmente como candidato, o governador vem adotando discursos que apontam para seu voo solo, além de que seus aliados já garantem que sua candidatura é irreversível. Diante da situação, a questão agora é se ele entrega ou não os cargos que tem no governo, já que vem se mostrando como oposição. Na avaliação de Josias de Souza, colunista do UOL, a disposição do partido em entregar os cargos, porém, é inversamente proporcional à candidatura de Campos. E deve acontecer só no final do ano.
Ao lado do prefeito da capital pernambucana, Geraldo Julio, Campos lançou neste domingo o Projeto Sem Barreiras, arena de acessibilidade para pessoas com deficiência, além de ter distribuído apertos de mãos e abraços aos participantes do II Passeio Ciclístico Pedala PE, que saiu do Marco Zero e seguiu até Olinda, numa homenagem às duas cidades, que fizeram aniversário nesta semana.( PE 247 )

BID diz que América Latina tem menos espaço para impulsionar crescimento



CIDADE DO PANAMÁ, 17 Mar (Reuters) - Os bancos centrais da América Latina têm menos espaço de manobra do que em 2008 para lidar com a previsão de crescimento mais lento para a região nos próximos anos, afirmou neste domingo o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O BID afirmou que políticas anticíclicas que alguns países adotaram para lidar com a crise global podem ser mais expansivas do que o necessário, dada a melhora em algumas economias, e destacou a necessidade de reformas profundas que poderiam ajudar a região até mesmo a superar o sudeste asiático.
"Não temos o mesmo espaço fiscal e monetário que tínhamos em 2008", disse o economista-chefe do BID, José Juan Ruiz, destacando orçamentos mais fracos, taxas de juros mais baixas e apreciação monetária.
O BID afirmou que uma combinação de políticas fiscais mais duras e taxas de juros mais baixas podem ser a combinação apropriada, mas que os países podem impulsionar o crescimento ainda mais através de reformas estruturais --como a melhora da produtividade e economias domésticas.
A expectativa é de um crescimento anual de cerca de 3,9 por cento para a América Latina e o Caribe para 2013/2017, bem abaixo dos 4,8 por cento alcançados entre 2003/2007, disse o banco.
Mas se todos os 14 países da região adotarem reformas para melhorar a produtividde, aumentar as economias, reduzir o tamanho do mercado informal e melhorar a infraestrutura, o crescimento regional pode chegar a 6,2 por cento, completou o BID.
"Isso mais do que compensaria o crescimento mundial menor e aumentaria a performance de crescimento da América Latina e Caribe acima do projetado para o ASEAN-5", afirmou o relatório, referindo-se aos principais membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático --Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietnã.
(Reportagem de Luis Rojas e Krista Hughes Reuters /Brasil))