Por Karolina Tagaris e Laura Noonan
NICÓSIA, 23 Mar (Reuters) - O Chipre aceitou neste sábado uma tributação única sobre os depósitos superiores a 100 mil euros, em uma dramática mudança de posição à medida que se apressava para satisfazer os parceiros europeus e fechar um acordo de resgate de última hora, para evitar um colapso financeiro.
O ministro das Finanças da ilha, Michael Sarris, relatou "avanços significativos" nas conversações com os credores internacionais. Segunda-feira termina o prazo dado pela União Europeia para que o Chipre feche um acordo de resgate ou perca o auxílio emergencial para seus bancos debilitados e se arrisque a sair da zona do euro.
O Eurogroup, grupo que reúne os ministros das Finanças do bloco monetário, marcou para domingo conversações em Bruxelas a fim de discutir o assunto, e o comissário de Assuntos Econômicos da UE, Olli Rehn, afirmou estar havendo progressos rumo a uma solução.
Ele afirmou que a Comissão Europeia (órgão executivo da UE) está trabalhando para elaborar uma solução para ajudar o Chipre e que é essencial que ministros das Finanças da zona do euro cheguem a um acordo no domingo para assegurar o resgate.
"Infelizmente, os acontecimentos dos últimos dias levaram a uma situação onde não há mais uma solução ideal. Hoje, restam apenas escolhas difíceis", disse Rehn em comunicado.
Enquanto os líderes dos partidos cipriotas se reuniam, uma autoridade do país disse à Reuters que Nicósia havia concordado com os credores da UE e do Fundo Monetário Internacional sobre um imposto de 20 por cento sobre os depósitos de 100 mil euros e acima desse valor no maior banco do país, o Banco do Chipre.
O país também definiu uma taxação de 4 por cento sobre depósitos do mesmo valor em outros bancos, acrescentou a fonte. Autoridades da troika de credores não puderam ser imediatamente contatados para comentar o assunto.
O presidente cipriota, Nicos Anastasiades, afirmou, via Twitter: "Estamos desenvolvendo grandes esforços. Espero que tenhamos uma solução em breve."