quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Banda paulistana República lança seu terceiro disco no clima do Rock in Rio/ Marina Tonelli Do UOL, em São Paulo


Após cinco anos longe dos estúdios, a banda República lança nesta quinta-feira, dia 19 de setembro, seu terceiro álbum. “Point Of No Return” aposta em batidas enfáticas, distorções pesadas, elaborados solos de guitarra e letras que exploram o questionamento do ‘eu’, contando com um vocal rasgado para criar um clima intenso.

O grupo, formado por Leo Belling nos vocais, Luiz Fernando Vieira e Jorge Marinhas nas guitarras, Marco Vieira no baixo e Gabriel Triani na bateria já teve a responsabilidade de abrir os shows da turnê brasileira do Deep Purple em 2011 e graças a este reconhecimento ganhou a oportunidade de se apresentar hoje Rock in Rio 2013 no palco ‘Sunset’.

Diferentemente dos dois primeiros trabalhos, “República” (1996) e “There’s No Fucking Electronic Modern Loop” (2008), que tinham leves influências de stoner metal, seguindo uma linha de heavy metal dos anos 80, o novo disco da banda segue a linha thrash metal e aposta em vocais impactantes. Já as letras são somente em inglês, perdendo a dualidade antes explorada na junção com o português.

Os paulistanos do República prendem a atenção do ouvinte logo na primeira faixa com “Time To Pay” que inicia o disco com riffs marcantes, seguida pela intensa “Why”. “Life Goes On” é uma das faixas que merece maior atenção pelo refrão memorável e a balada do disco, “No Mercy”, aposta em uma letra mais romântica, mas que não reduz a intensidade dos riffs. “El Diablo” finaliza a tracklist de forma enfática, demonstrando a qualidade do trabalho criado.

“Point Of No Return” é produzido por Luis Paulo Serafim, ganhador de três Grammys, e tem a participação de Roy Z, conhecido por produzir Bruce Dickinson, na quinta faixa chamada “Goddbye Asshole”. Composto por dez músicas, o disco demonstra uma produção impecável e grande diferenciação das bandas do cenário atual do rock brasileiro.

SOCIEDADE ALTERNATIVA - Bruce Springsteen (Ao Vivo Brasi)

Bruce Springsteen toca hits e "Sociedade Alternativa" em show de SP/ Leonardo Rodrigues Do UOL, em São Paulo

Bruce Springsteen - show em São Paulo (setembro de 2013)


 Cantor americano Bruce Springsteen faz show no Espaço das Américas, em São Paulo; ele se apresenta no Rock in Rio no próximo sábado (21) Foto Rio News
Em um show histórico, com 29 músicas e 3h18 de duração, Bruce Springsteen surpreendeu os fãs ao abrir sua turnê brasileira com uma versão de "Sociedade Alternativa", clássico de Raul Seixas de 1974. A apresentação aconteceu nesta quarta-feira (18) no Espaço das Américas, em São Paulo.

Acompanhado dos 16 músicos de sua E Street Band, "O Chefe" fez de tudo na sua volta ao país após 25 anos. Tocou, cantou, falou em português, foi carregado pelo público tal qual um messias, tomou um copo de cerveja em um só gole, bancou a garota da camiseta molhada e teve tempo até para chamar um casal ao palco para que o rapaz pudesse pedisse a namorada em casamento – prontamente aceito.

A energia do "garoto" Springsteen, de 63 anos, parecia encontrar par apenas em seu inapelável carisma. Simpático, fazia questão de interagir com o público, pulando divisórias, chamando os fãs ao palco, indo à "trincheira" entre as pistas premium e normal apenas para que os que pagaram menos pudessem vê-lo de perto. Uma senhora ainda ganhou um beijo e a alcunha de "minha namorada brasileira" na lateral do palco.

"Tenho que pedir desculpas por não ter tocado aqui por tanto tempo, não esperava esse tipo de recepção", afirmou, imediatamente ovacionado. "Vocês são o melhor público que já tivemos no mundo."

BRUCE SPRINGSTEEN CANTA "SOCIEDADE ALTERNATIVA" EM SP


Como de costume em suas apresentações, Bruce atendeu a vários pedidos de músicas feitos em cartazes pela plateia -- parte dela mais interessada em registrar cada instante com seus smartphones do que propriamente curtir a apresentação.

O início, com o mais clássico brado dos shows brasileiros, Raul Seixas, seguiu o roteiro dos compromissos anteriores na América do Sul. No Chile (com "Manifesto", de Victor Jara) e na Argentina (com "Sólo Le Pido a Dios", de León Gieco, gravada previamente em vídeo), o músico também homenageou os fãs locais.

O que se viu e ouviu em seguida foi um desfile de faixas de quase todas as fases de uma carreira de mais de 40 anos, com destaque para as do álbum "Born in the U.S.A", de 1984, representado em peso (a faixa-título, "Darlington County", "Working on the Highway", "No Surrender" e "Bobby Jean", "Dancing in the Dark").

Se a plateia permanecia quase inerte durante a execução de músicas mais recentes, que povoaram o centro do set-list, a fase clássica foi responsável pelos momentos de maior êxtase ao show. A começar por "Spirit Of The Night" (1973), quando Bruce foi à divisória entre as pistas e pediu para voltar ao palco de um jeito pouco tradicional, sendo carregado pelos fãs.

"Badlands", "Darkness on the Edge of Town" e "Because The Night" engrossaram o coro dos fãs, que encontram a essência do artista na parte final do show, com a trinca "Born in the U.S.A.", "Born to Run" e "Dancing in the Dark", ovacionada.

Nesse momento, a trilha acidental da noite -- um futebolístico "Olê, olê, olê, Brucê, Brucê --  já havia tomado conta do Espaço das Américas.

"É um grande prazer estar aqui. E eu prometo que estaremos muito, muito em breve de volta", afirmou, visivelmente exausto, antes de emendar a derradeira canção, "This Hard Land". Nela, Bruce aparece sozinho, acompanhado apenas do lirismo de seu violão, fórmula eternizada no álbum "Nebraska", de 1982. Um fim belo e introspectivo para uma noite memorável.

Bruce Springsteen apresenta o segundo show de sua turnê brasileira no próximo sábado (21), no palco principal do Rock in Rio.