Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO, 2 Abr (Reuters) - A produção industrial brasileira recuou 2,5 por cento em fevereiro afetada pela queda dos bens de consumo, no pior resultado mensal em pouco mais de quatro anos, mostrando as dificuldades para a recuperação da atividade econômica do país.
Na comparação com fevereiro de 2012, houve uma contração de 3,2 por cento, informou nesta terça-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pesquisa da Reuters previa queda de 2,05 por cento na medição mensal e de 2,40 por cento na anual, segundo a mediana das projeções de 20 analistas.
O desempenho de fevereiro acabou praticamente anulando a expansão de 2,6 por cento de janeiro (dado revisado do crescimento de 2,5 por cento divulgado anteriormente), e foi o pior número mensal desde dezembro de 2008, quando a produção teve contração de 12,2 por cento.
"O setor deve continuar a ter uma performance pior em relação a outros setores da economia, particularmente serviços, dado um real ainda sobrevalorizado, questões de custos de competitividade e demanda externa baixa", avaliou o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos, em nota.
Pelas categoria de uso, o destaque foi a queda de 4,2 por cento da produção de Bens de consumo, sendo 6,8 por cento entre os duráveis e 2,1 por cento entre os semiduráveis e não duráveis. O recuo dos duráveis foi o mais forte desde setembro de 2011 (-8,2 por cento), causado pela queda dos automóveis.
Em fevereiro, houve queda mensal de 9,1 por cento na produção do setor de veículos automotores, eliminando o avanço de 6,2 por cento verificado em janeiro último.
"Do lado dos bens duráveis, há um menor dinamismo para carros e mobiliário por conta do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) voltando ao normal até o fechamento da pesquisa. Houve também perdas na linha branca e marrom", disse o economista André Macedo, do IBGE. Mobiliário caiu 9,9 por cento.
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