O Brasil deve dobrar a produção e as reservas de petróleo nos próximos dez anos graças ao pré-sal e se tornar um grande exportador da commodity, disse a diretora-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Magda Chambriard, nesta quinta-feira (17).
"Se isso acontecer conforme o planejado e o desenvolvimento pretendido pelo pré-sal, nós seremos capazes de exportar 1,5 milhão de barris de petróleo por dia", disse a executiva. "Isso nos colocará como exportadores do porte da Noruega, por exemplo."
Ela disse que a produção e o consumo nacional de óleo diesel também devem dobrar em uma década.
Chambriard discursou no Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), durante evento de lançamento de navio petroleiro Rômulo Almeida, da Transpetro --subsidiária da Petrobras. O navio é o quarto de uma encomenda de 49 navios do Promef (Programa de Modernização e Expansão da Frota) da estatal.
As descobertas já feitas no pré-sal garantem um volume adicional nas reservas brasileiras de 15 bilhões de barris de petróleo, o que praticamente dobra as reservas atuais, disse a executiva. "Nossas perspectivas são maravilhosas. O Brasil tem 8.000 km de costa, com indício de petróleo e gás de Norte a Sul."
O secretário de petróleo, gás natural e combustíveis renováveis do MME (Ministério de Minas e Energia), Marco Antonio Martins Almeida, disse que o Brasil teve "enormes" descobertas nas áreas do pré-sal e tem um potencial muito grande além dessas regiões.
Almeida destacou a política de conteúdo nacional progressiva adotada pelo governo federal incluindo os fornecedores de bens e serviços do setor. "A indústria brasileira tem que se preparar porque teremos encomendas em grandes quantidades."
LICITAÇÃO DE BLOCOS
Magda também demonstrou entusiasmo com o anúncio da 11ª rodada de licitação de blocos exploratórios de petróleo e gás, autorizado pela presidente Dilma Rousseff para maio, e também da 1ª rodada de blocos específicos da área do pré-sal, marcado para novembro.
"Minha expectativa é de muita procura por essas áreas, depois de quatro anos sem rodadas. As empresas estão reiterando o interesse pelo Brasil", disse.
GÁS EM TERRA
A diretora-geral da ANP reiterou que deve haver também uma licitação apenas para blocos de gás em terra. "A encomenda da presidente [Dilma Rousseff] é para que ocorra neste ano ainda", disse. "Nossos estudos estão indicando que a gente não pode deixar gás em terra para trás."
Segundo Magda, bacias mapeadas pela ANP ainda precisam receber investimentos para confirmar as expectativas sobre volumes de gás. "Sabemos as áreas que podem ser produtoras, mas ainda não temos certeza."
VAZAMENTO DA CHEVRON
Chambriard disse também que a Chevron deve voltar a produzir "em breve" no campo de Frade, na bacia de Campos. A companhia americana interrompeu a produção no início do ano passado após um segundo vazamento de óleo no local. O primeiro ocorreu em novembro de 2011.
Segundo a diretora-geral, a empresa americana deverá entregar documentos à agência que provem a aptidão da empresa em voltar a produzir com segurança. (Fonte: folha/uol)
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